sábado, maio 28, 2016

A memória que não cala


Durante nossa trajetória de vida é comum acontecimentos que nos marquem mais que outros.

Independentemente da idade, em cada fase da vida há seus marcos, suas cicatrizes, suas alegrias.

Por isso, fico imaginando o quão mais difícil deve ser para quem, além da memória, ainda se mantém rigidamente conectada internamente aos objetos e seus cenários.

Respeito tanto cada fase que, ao sair dela e entrar na próxima, que deve ser respeitada também, me despeço de objetos.

Faço um adeus bem pensado e comportado quanto ao "cenário".

O adeus necessário ao cenário...

É comum ouvir pessoas que se dizem muito apegadas aos cenários.

Geralmente, suas palavras são quase um pedido desesperado de orientação para ajudar ao encorajamento da despedida do cenário.

Apelo para o bom senso de cada um...

As roupas que lhe cabiam aos 15 anos ainda estão "na moda", no sentido de fazerem parte da sua vida atual, do seu " aqui-e-agora"?

Claro que não.

Basta a sua memória.

Respeite o cenário.

Deixe-o partir.


Cláudia Dornelles