terça-feira, abril 14, 2015

Os que odeiam


Eles assustam. Fenômeno deste século, batizados de haters, são os que odeiam via internet. E odeiam com tal vigor que dá medo.  Desqualificam, desclassificam, desrespeitam, praguejam contra tudo, todo e qualquer diferenciado de sua crença ou seu assentado ponto de vista.

Juízes do universo, medem tudo com implacável régua própria. E babam ódio.

Chamaram nossa atenção na derradeira campanha política, quando de um ou outro lado soltaram suas feras e suas odientas e assentadas certezas sobre o seu contrário.

Barbarizaram lá. Seguem na mesma raia. A de ferozes odiadores. Tomaram mais gosto.

Mas não desabrocharam ali. Já existiam e marcam presença nas redes sociais desde que elas começaram a existir. São uma espécie de torcida desorganizada que, solitários ou em grupo, destilam suas raivas e frustrações contra alguma causa, coisa ou pessoa.

São de todos os sexos, distintas ideologias, idades, partidos e cores. Têm em comum o culto ao ódio e a oportunista covardia de manifestar-se por meio eletrônico de regular distância, que não permite o confronto físico.

Mas dá para imaginar que também atuem no mundo concreto. Haters na internet, capazes de se juntar para queimar mendigos, trucidar homossexuais, adversários de torcida e até violar crianças e mulheres.
Sozinhos têm fôlego curto. Juntos viram monstros.

Não é exagero. Qualquer passeio por comentários – seja em páginas de Big Brothers, de artistas ou da política – revela a ferocidade dos odientos, seus conceitos e, principalmente, seus preconceitos.
Nada a ver com o brasileiro cordial.  Esse é mais da “trolagem”.

Na linguagem da internet, todo mundo sabe (?), trollar é tirar sarro, provocar, zoar. O que, apesar desses tempos do obrigatório e chato politicamente correto, ainda fazemos com maestria. Trollar é nossa praia.
Odiar não. Haters são pesados. Pessoas de sentimento pequeno e ódio grande. Gente de baixa estatura humana, digamos. Ameaçadores
.
Há quem acredite que eles são “uns poucos”, só barulhentos. Não é o que vemos ou, mais preciso, que lemos. Nas redes, parecem em movimento crescente. Ovos de serpentes?

Haters agora. Nazis antes.

A História conta que os odientos sempre existiram. E também pareciam pequenos. Mas, quando se juntam e encontram líderes, desencadeiam barbáries.

Melhor prestar mais atenção neles. Não costumam ser de brincadeira.

  Tânia Fusco Tânia Fusco

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