terça-feira, janeiro 20, 2015

Planalto tenta blindar Dilma de fragilidade do sistema energético


O Palácio do Planalto tenta blindar a presidente Dilma Rousseff do noticiário negativo sobre a falta de energia em mais de 10 estados e no Distrito Federal. A determinação é deixar todo esclarecimento para o Operador Nacional do Sistema, o ONS. Até mesmo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, foi orientado a não falar sobre o tema para não colocar o governo no foco.

A preocupação em blindar Dilma não é por acaso. Durante a campanha eleitoral do ano passado, ela garantiu que não havia risco de racionamento no país. No governo Lula, Dilma foi a principal responsável por comandar a área energética.

Apesar das negativas oficiais do governo, há a constatação em setores da área energética de que o sistema está fragilizado. Ou seja, não é só uma questão de temperatura elevada e falta de chuvas. Há uma carga excessiva de consumo, mas também existe o reconhecimento que o sistema energético brasileiro está desestruturado, sem capacidade de fazer novos investimentos.

Segundo o Blog apurou, por volta das 14h50 de hoje, distribuidoras de estados do Sudeste receberam uma determinação de cortar a carga. A redução de energia foi de 3.000 MW em todo o pais: são 8% de tudo que é gerado. Só no Rio de Janeiro, o corte foi de 570 MW. Em São Paulo, o corte chegou a 700 MW.

O motivo foi o pico de consumo em plena tarde que estava levando o sistema ao colapso. O consumo superou a capacidade de geração. Segundo um diretor de distribuidora ouvido pelo Blog, nesse verão, o pico de consumo de energia tem começado muito cedo, por volta das 14hs, e permanece até às 6hs da manhã do dia seguinte, quando as pessoas desligam o ar condicionado.

A situação só não está pior porque o consumo da indústria caiu 7%, com o desaquecimento do setor. Mesmo assim, a situação é crítica: os reservatórios do Sudeste estão com 19% de sua capacidade, quando o esperado era no mínimo 40% para este momento.

Gerson Camarotti

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