quinta-feira, outubro 23, 2014

5 COISAS QUE PODEMOS APRENDER COM O VINICIUS DE MORAES



Vamos lá:

1. “QUE NÃO SEJA IMORTAL, POSTO QUE É CHAMA. MAS QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE”, TRECHO DO SONETO DE FIDELIDADE 

Não vejo forma mais sensata de começar a falar sobre o que aprendi com a obra do “poetinha”. O trecho final do Soneto de Fidelidade é uma das coisas mais lindas que já li, e fique sabendo que eu já li muita coisa boa por aí.

A cada releitura, mais sentido e emoção eu vejo nele.

Por quê? Porque depois de alguns amores desfeitos – e corações deixados para trás -, eu finalmente entendi que ansiar pela eternidade dos laços é uma grande besteira, uma expectativa desnecessária que só nos leva ao sofrimento e à sensação de tempo desperdiçado.

Depois que percebi que as relações amorosas podem ser maravilhosas, mesmo quando não duram para sempre, tudo ficou mais lindo e cheio de sentido.

Eu parei de tentar estender, à força e a todo custo, aquilo que já perdeu o sal e a pimenta. E parei de maldizer – apenas por ter terminado – aquilo que já findou.

Parei de dizer “não deu certo” e comecei a dizer “deu certo enquanto durou”, mesmo que tenha durado apenas uma semana. Ou um dia, sei lá.

Essa coisa de “até que a morte os separe” é uma senhora idiotice.

Um relacionamento de sucesso, definitivamente, não é aquele que dura para sempre, e sim o que é intenso – e memorável – enquanto dura.

Que tal focar na intensidade dos seus amores, ao invés de desejar, como uma louca, amores sem fim?



2. “PORQUE A VIDA SÓ SE DÁ PRA QUEM SE DEU”, TRECHO DE COMO DIZIA O POETA 

Parece óbvio, né? Porém, acredite se quiser, para muitos não é. E se você é do tipo que quer, de verdade, tudo aquilo que a vida é capaz de lhe dar, saiba que você precisa se entregar – de corpo, alma e coração – primeiro.

Porque enquanto você, por medo de não dar certo ou de um possível sofrimento, doar-se pela metade, não se livrar do morno e continuar a mergulhar raso em tudo, certamente não terá nada além de sentimentos meia-boca, e não encontrará razões para mínimas poesias.
Se você quer sentir, de fato, as maravilhas que só uma emoção pode prover, esqueça essa coisa de forçar o seu coração a permanecer gelado.

E se entregue à vida. Mergulhe. Atire-se. Pule em direção ao desconhecido.

Pode ser que dê tudo errado e que você sofra depois, mas é a única forma de se manter aberta – e disponível – às melhores coisas que a vida tem para nos oferecer.

Para que você consiga uma chance de gargalhar até a barriga doer, precisará, também, aceitar o inevitável risco de chorar até ficar com olhinhos de gueixa, maquiagem de panda e pálpebras de pinguça. Mas vale.


3. “PORQUE O PERDÃO TAMBÉM CANSA DE PERDOAR”, TRECHO DE REGRA TRÊS 

Ele já perdoou você três vezes. Ou quatro? E você continua a magoá-lo, como se o estoque de perdão dele fosse infindável.

Cuidado! Porque, como bem disse o Vinicius: “o perdão também cansa de perdoar”.
Não abuse da boa vontade do perdão. O último perdão que você ganhou, talvez, tenha sido o último.

Pode ser que, ao invés de um perdão, ele lhe dê um pé na bunda. E depois, provavelmente, não adiantará se ajoelhar em praça pública e dizer: “Perdoe-me, por favor, só mais uma vez!”.


4. “PARA VIVER UM GRANDE AMOR (…) É SEMPRE NECESSÁRIO TER EM VISTA, UM CRÉDITO DE ROSAS NO FLORISTA”, TRECHO DE PARA VIVER UM GRANDE AMOR 

Flores ou não, a grande verdade é que – em qualquer relação – as surpresas sempre caem bem. Aliás, bem melhor do que as rosas, em minha opinião, são aquelas surpresas com o potencial de demonstrar o quanto você prestou atenção nos mínimos detalhes do seu parceiro. Saca?

Aquela surpresa capaz de mostrar que você conhece o filme preferido do cara. Ou a banda pela qual ele volta a ser adolescente fanático. Aquela surpresa que demonstra que você não estava viajando quando ele disse que prefere camisetas escuras e sem estampas.

E se você, diferente de mim, não acredita no poder atômico de uma surpresa, faça o teste hoje e surpreenda o homem que você ama. Não, você não precisa dar um ursinho de pelúcia com um cartão fofo. Um ingresso para o UFC já basta.

Ou bolinhos de arroz prontos quando ele chegar cansado e sem ideia do que comer. Ou até, quem sabe, uma garrafa de uísque e um livro do Vinicius de Moraes. Por que não?


5. A MÚSICA COTIDIANO Nº 2, INTEIRA 

Até tentei escolher um pedaço da música para exemplificar o que eu quero falar a respeito dela. Mas não consegui. Você precisará ouvi-la do começo ao fim, e garanto que não será sacrifício algum.

É uma das músicas que eu mais gosto. Sabe por quê? Pois é uma linda homenagem às coisas simples e, a meu ver, as mais bonitas da vida.

Um sonoro brinde àquelas miudezas fantásticas que estamos deixando de lado, para nunca mais, enquanto nos perdemos dentro de telas touch que dão acesso a universos paralelos, sem cheiro de chuva, dama-da-noite ou café recém-feito. Está me entendendo?

A música Cotidiano Nº 2 mostra a boniteza das coisas que, graças à nossa pressa a cada dia maior, estão sendo deixadas no banco de reserva. Muitas vezes a solução dos nossos problemas não está em um aplicativo que combate o stress, ajuda na hora da conquista e ensina você a fazer ovos no micro-ondas.

Muitas vezes,  a solução dos seus problemas é pisar na grama, passar um dia inteiro sem fazer coisa alguma, deixar o celular na gaveta, rir do que parece – só parece – sério, comer pão na chapa, aprender a tocar violão ao invés de fazer mais uma pós-graduação, tirar um tempo para observar o vai e vem do mar ou, apenas, fazer algo que não deixa você se esquecer do quanto o cotidiano, mesmo que cheio de dificuldades e chances de tropeços, é lindo...

Por: Ricardo Coiro

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