Amizade é coisa simples: Alguém pensa em você mesmo quando você não pede tampouco precisa. E quando precisa não pede porque faz parte do outro, a ponto dele sentir, pressentir.
terça-feira, janeiro 29, 2013
A Lealdade é um amor que esquece o mundo
Só se é realmente leal quando se está sujeito a alguém ou a algo.
Aí, onde mesmo um sonho pode ser senhor.
Na sujeição de quem serve uma causa, na sujeição de quem se submete a um chefe, na sujeição à pessoa amada, na sujeição do sentimento e na sujeição do dever, no sacrifício da liberdade, da razão e do interesse.
No desperdício e no desprezo do que está à vista e do que está à mão, é nesta desagradável situação que se acha ou não acha a lealdade.
É por ser selvagem e servil, mas só a um senhor, que a lealdade tem valor.
É muito difícil ser-se leal, mas só porque é muito difícil seguirmos o coração.
A lealdade é um amor que esquece o mundo.
Ao escolher um amigo, e ao ser-se amigo dele, rejeitam-se as outras pessoas.
Quando estamos apaixonados, é através dessa pessoa que amamos a humanidade.
O amor ocupa-nos muito.
E para os outros, não fica quase nada.
Não se consegue ser leal ao ponto de calar o coração.
Mas sofremos com as nossas deslealdades.
Sabemos perfeitamente o que estamos a fazer, quem sacrificamos, e porquê.
É por causa da consciência da nossa imperfeição que o ideal da verdadeira lealdade não pode ser abandonado ou alterado.
O fato de ser incumprível não obriga a que se arranje uma versão softcore, mais comoda e realista.
É preciso aguentar.
A lealdade é uma coisa tão cega e simples de determinar quanto é difícil de determinar quanto é difícil de seguir.
Miguel Esteves Cardoso
Postado por
mariatereza cichelli
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