O vídeo acima mostra um pedaço do debate presidencial transmitido pela Rede Record em setembo de 2010.
Então presidenciável do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio inquiriu a antagonista Dilma Rousseff, do PT, sobre o escândalo Erenice Guerra.
Para realçar o fato de que Erenice assumira a Casa Civil depois de ter sido a segunda de Dilma na pasta, Plínio fustigou:
“A verdade é que a corrupção bateu na sala ao lado. De duas uma: ou você é conivente ou é imcompetente”.
Lembrou que, eleita, Dilma teria de escolher muitos ministros. E emendou: “Você tem competência para escolher ou vai escolher outras Erenices?”
Ao responder, Dilma disse que “todas as denúncias têm que ser apuradas de forma rigorosa”. Declarou que “ninguém está acima de qualquer suspeita”.
Em timbre peremptório, a candidata de Lula afirmou: “Eu queria te assegurar, Plínio, sem sombra de dúvida...”
“...Se até o momento em que, se eu for eleita, eu assumir a Presidência da República, o governo não concluir a apuração, [...] eu asseguro que irei investigar até o fim...”
“...Eu tenho 25 anos de vida pública. Não concordo, de forma alguma, que qualquer partido ou instituição estão livres de ter pessoas cometendo malfeitos...”
“...O que importa é que a gente tenha instituições que sejam capazes de fiscalizar, de apurar e de punir...”
“...É essa a única garantia que nós temos de assegurar que, em vez de as pessoas servirem ao Estado, como nós queremos, as pessoas se sirvam do Estado”.
Já lá se vão cinco meses de governo Dilma Rousseff. Não há, por ora, vestígio das conclusões da Polícia Federal sobre o inquérito aberto contra Erenice.
Pior: no caso do enriquecimento de Antonio Palocci, o escolhido de Dilma para chefiar a Casa Civil, virou pó o lero-lero de que “denúncias têm que ser apuradas”.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), apressou-se em dizer que a consultoria companheira que tornou Palocci milionário não será esquadrinhada pela PF.
Ou seja: embora noviça nas artes da política, Dilma segue a tradição. Mais cedo do que se supunha, corresponde aos que não confiavam nela.
BLOG DO JOSIAS - FOLHA ONLINE
maria tereza cichelli
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