No Largo de São Francisco, um rapaz de boina e jeito de artista avisava com um megafone, na hora do almoço desta quarta:
“Você precisa de outro alimento que não seja arroz e feijão”.
O alimento, no caso, são versos, oferecidos de graça ao povo por um grupo de poetas que, pela primeira vez no Rio, participou de uma batalha de poesias.
Batizada de Slam Tagarela, a competição, aos poucos, foi conquistando um pequeno público, que escolhia os preferidos.
No fim, levou a melhor Allan Jones, de Aracaju, com uma crítica cheia de rima (e ritmo) ao deputado federal e pastor Marco Feliciano.
“Que se ‘desproíba’ também a vendedora de salada de frutas/ e a mulher que saliva só de ouvir o sininho pendurado na moto/ da vendedora de salada de frutas”, dizia um trecho da poesia mais ovacionada.
Mentor da iniciativa, o poeta Paulo Emílio Azevedo, que acaba de lançar o livro “Palavra projétil, poesias além da escrita”, se inspirou no Slam Poetry — competição de poesias, acompanhadas de performances, comum no exterior — para criar a versão carioca, que ocupará o Largo de São Francisco toda primeira terça-feira do mês a partir de 5 de novembro, começando às 12h.
A experiência de ontem foi apenas o piloto do projeto.
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