terça-feira, junho 18, 2013

Nas ruas, de novo


O imponderável, novamente, dita os rumos da História. Ninguém previu. Ninguém sabe o que será. Mas há um movimento em curso. Isso é História.

O que leva uma tsunami de gente para as ruas desse jeito?

A pauta de reivindicações é difusa. Começou com a elevação da tarifa dos ônibus, alcançou o elevado custo assumido pelo país para sediar a Copa – e o superfaturamento de boa parte dos novos estádios – e se espraiou pelas múltiplas agendas (todas urgentes e oportunas) em favor da qualidade da saúde e da educação, do combate à corrupção etc.

As lideranças são pouco conhecidas, e não se pode atribuir a elas tamanho poder de arregimentar tanta gente.

Por que então tantos resolveram protestar agora?

O emprego da força máxima contra os manifestantes ajudou a fermentar a massa.

Balas de borracha disparadas a esmo, pimenta em forma de gás e bombas lacrimogêneas que perturbam os sentidos por longos minutos revelaram o despreparo de certos policiais para lidar com situações do gênero.

Mas a verdadeira arma não letal foram os celulares que fotografam, filmam e disparam mensagens nas redes sociais.

Flagrantes de ataques gratuitos contra manifestantes se transformaram rapidamente em novos virais.

E o Batalhão de Choque entrou em curto. Em algumas cidades, saiu de cena.

Alguns manifestantes – a minoria – cometeram atos de violência e depredação.

É gente que não entendeu ainda como as manifestações pacíficas são arrebatadoras.

Nesta segunda-feira, 17 de junho, multidões há muito tempo ausentes das ruas voltaram à ativa.

Ativo. Não mais passivo. Não nesta segunda-feira.

Um dia em que, provavelmente (poucos) políticos experimentaram um estado de graça. Em que (muitos) políticos ficaram sem graça. Em que todos os políticos aprenderam uma lição, de graça.


G1 - André Trigueiro




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