quarta-feira, maio 02, 2018

Eu gostaria de poder dizer que, quem ama não machuca.






Teria imenso prazer em afirmar que relações humanas são correntezas de alegria desaguando no mar das satisfações.
Mas já passei da fase das mentiras, abandonei o berço dos iludidos.

Todo convívio entre humanos é unidade de contrários -avesso, paradoxo e contradição-.
Ao mesmo tempo que encanta, desencanta.
Na mesma medida que motiva, desanima.

É matéria prima da esperança e do desespero.

Faz da existência um paraíso de delícias e um purgatório de amarguras.

É por isso que, ao escolhermos por quem sorrir, estamos automaticamente elegendo a pessoa por quem acreditamos valer a pena chorar.

Se passamos por sofrimentos provocados por nossos pais, filhos, avós, por pessoas que morreriam em nosso lugar, se fosse preciso, como esperar que a vida a dois exclua tal realidade? É claro, não estou falando das dores patológicas, e hematomas provocados por relações insalubres, mas sim, de viver com um ser diferente.

Quem se esquiva do amor para não sofrer, sofre ainda mais no final.

Andrade Moraes