quinta-feira, dezembro 01, 2016

Ela é isso, eu sou aquilo.


Eu sou Charlie Brown Júnior, ela é Los Hermanos.

Eu sou Petit Gateau, ela é Doce de Figo.

Eu quero morar na praia, ela quer viver pertinho do mato.

Eu sou Flamengo, ela odeia futebol.

Eu tenho medo de altura, ela salta de paraquedas.

Ela sabe exatamente onde está cada uma das suas coisas, eu não lembro nem aonde coloquei a minha escova de dente.

Eu sou Bahrem, ela é Posto 15.

Eu sou por do sol na Urca, ela é banho de chuva na Lapa.

Ela é beijo delicado, eu sou puxão de cabelo.

Ela é chocolate quente no inverno, eu sou cerveja gelada no verão.

Ela é cachecol, eu sou óculos de sol.

Ela é comunicativa, eu sou observador.

Ela é estourada, eu sou gentil.

Ela tem medo de rato, eu também (mas não admito).

Eu escrevo, ela pinta.

Eu danço forró, ela me supera em qualquer estilo musical.

Ela gosta de dormir de conchinha, eu rolo na cama e roubo a coberta.

Ela é pipoca, eu sou Ovomaltine grande com granulado a mais.

Ela é isso, eu sou aquilo.

É... pensando bem, temos opiniões diferentes em vários aspectos.

Ainda bem.

Acho que é por isso que tudo se encaixa tão bem.

Quando existe amor, qualquer diferença torna-se virtude.

“Vocês tem tudo pra dar errado”, é o que dizem por aí. Será?

Acredito que não.

Eu não quero uma pessoa que goste de tudo que eu gosto.

Que enxergue o mundo com os meus olhos.

Que sorria e diga “sim senhor” aos meus caprichos.

Eu quero alguém que me tire da zona de conforto, que me mostre algo que eu não conseguiria enxergar sozinho.

Ela ama muita coisa que eu não gosto.

Mas, me ama, e é isso o que realmente importa.

Amar é um desafio diário.

Para aqueles que não amam, o amor não faz o menor sentido.

Os dispostos se atraem.

Feliz é o casal que consegue se encontrar em meio as suas diferenças.

Rafa Magallhaes