quinta-feira, novembro 24, 2016

Todos nós já fomos pratos ou equilibristas em algum momento da vida.


No que diz respeito aos relacionamentos, as pessoas têm se tornado verdadeiros equilibristas.

Eu explico.

Tente visualizar um equilibrista de pratos, segurando várias varetas que mantém os pratos em suas extremidades girando. Enxergou?

No caso, você é o prato, e aquela pessoa que você gosta, o equilibrista.

Ele administra todos, e faz de tudo para que você não visualize os outros.

Não é que ele não se importe com você.

Ele só não gosta o suficiente para dispensar todo o resto.

Acontece que ninguém consegue dar atenção a todos ao mesmo tempo.

O segredo então é administrar o movimento de cada um e manter a quantidade máxima de pratos girando.

Quando um deles perde velocidade e ameaça cair, é o momento de dar impulso.

Pode ser uma mensagem de bom dia, uma jura de saudade ou, quando está mesmo próximo a cair, um encontro, um presente ou uma viagem.

Pronto, já é o suficiente para restabelecer o equilíbrio.

Não pense você que somente homens equilibram pratos.

De tanto serem equilibradas, as mulheres também aprenderam.

E não adianta negar ou condenar.

Todos nós já fomos pratos ou equilibristas em algum momento da vida.

Até mesmo pessoas comprometidas costumam manter pratos girando.

Você sabe como é, né?

Nunca se sabe até quando as cortinas de um relacionamento estarão abertas.

Quando já não se pode mais administrar tantos pratos, é hora de escolher algum para sacrificar.

Pratos emendados podem voltar a girar um dia, mas serão sempre mais difíceis de se reequilibrar.

Um prato cai, um novo entra, e logo aquele desprezado encontrará alguém para impulsioná-lo.

Não há prato tão ruim que não encontre uma vareta.

Vida que segue.

Os pratos continuam girando.

Vai ver um dia o equilibrista se canse do jogo.

Quem sabe, lá na frente, apareça uma porcelana especial que faça todos os outros pratos ficarem sem graça.

Pode até ser, mas não será você.

Uma vez 2ª opção, jamais prato principal.

Até lá, olhos nas varetas para que o espetáculo continue grandioso.

Pratos cheios, sentimentos vazios.

Cada um deles segue se sentindo único.

Hoje ele equilibra, amanhã será equilibrado.

Odeie o jogo, não odeie o jogador.

O espetáculo continua.

Rafael Magalhães