Se a paz não começar em mim...
Se a paz não começar em mim, não começará.
Se eu levantar a bandeira da paz em desafio, não será paz.
É preciso erguer as bandeiras brancas com o coração de harmonia, respeito, compaixão.
Se nosso estado é de rancor, de vingança, de demonstrar nossa força, não terá a força de transformar violência em paz ativa.
Vamos caminhar silenciosos e amorosos.
Vamos nos encontrar e nos cumprimentar na certeza de que todos compartilhamos da mesma casa comum.
É uma casa tão grande, de vidas tão diferentes.
É como é.
Este ser é inter ser e é transformação. Nada fixo.
Podemos direcionar o caminho da mudança.
Vamos nos respeitar nas nossas diferenças.
Sem exigir que nos tornemos iguais, que pensemos da mesma forma, que tenhamos a mesma religião e a mesma cultura.
Unidos estamos pelo ar, pelo céu, pela terra, pela vida e pela morte, pelo sonho, a utopia que se realiza quando corações e mentes se unem no Caminho da Verdade.
Vamos nos respeitar nas diferenças de cor de pele, de culturas, de gêneros, de alegrias, de tristezas, de curas e de doenças.
Caminhemos juntos, pois é inevitável.
Juntos estamos.
Interdependência de instantes que jamais se repetem. Jamais.
Façamos deste o momento sagrado.
Deste local o solo, o céu, o ar, as águas e a vida abençoada.
Basta mudarmos só um pouquinho.
Da ganância, da raiva e da ignorância criamos o compartilhar, o compreender, o saber superior iluminado da verdade.
Se tudo que começa termina, como terminará a época das guerras, das injustiças, das fomes, das doenças, das tristezas, das discriminações, dos excluídos, afastados, nefasta destruição da natureza?
Terminará com uma mudança de consciência do ser humano, com o desenvolvimento das capacidades de sentir o outro como o eu, o eu como o outro.
Terminará quando retornarmos ao verdadeiro e resgatarmos a percepção de que somos um só corpo vivo e que da nossa cooperação amistosa, justa, todos poderão viver plena e dignamente.
Quantas mais pessoas descobrirem, e colocarem em prática, soluções de não violência ativa para conflitos, mais nos acercaremos da justiça social, do compartilhar da vida, da cura da Terra, da inclusão social, da preservação da natureza, do respeito à nossa casa comum, na celebração da vida.
Pouco a pouco, dando tempo ao tempo, vamos nos reunindo, na grande tenda global.
Não da globalização licenciosa, que se aproveita para ludibriar, excluir e explorar. Não.
A força global que nos une, a energia que perpassa tudo que existe, permeia o globo terrestre e universalmente a existência.
Das forças a mais forte de todas. Energia vital. Amor universal.
Compaixão.
Compartilhar a dor e o amor.
Apaixonados pelo bem das multidões de formas de vida e criações.
Apaixonados pela ação interativa de unir e não de separar.
Não queimem bandeiras.
Não joguem pedras.
Não gritem insultos.
Não condenem pessoas, mas situações.
Podemos juntos transformar a maneira de ser dos habitantes da Terra.
Com isso modificaremos o habitat.
Faremos daqui o local, não da espera, mas do chegar.
Onde se fica bem.
Onde a vida cuida com cuidado uns dos outros.
A bênção da esperança.
Tudo será diferente,
Pois tudo que queremos aqui mesmo se alcança.
Oremos e meditemos, junto a muito trabalho,
Construindo e aprendendo uma nova maneira de ser.
Um outro mundo possível onde a cultura é da paz.
Aprendendo a cada instante a ser mais livre e melhor.
Volte seu olhar para dentro. Examine com cuidado.
Há quem diga que as religiões criam guerras.
Se forem verdadeiras não as criarão.
Ao contrário, criarão soluções de não violência e respeito, de amor ao que é de direito.
Vamos nos unir criando com nossas vidas uma rede de bem. Que cubra toda a terra.
Vamos criar essa teia de percepção verdadeira.
Relembrar.
Relembrar o verdadeiro.
Estamos todos ligados. Interconectados.