Amor, entenda, o passado eu não controlo.
Se um dia caí nas graças dele, na embriaguez dele, na madrugada dele; já foi.
Daquele presente, eu sou culpada.
Mas hoje, é tudo tão ontem.
Ele tem esse jeito que chega e faz todo mundo sorrir. E daí?
Quem foi que disse que a gente ama quem faz a gente sorrir?
Você também me faz.
E rir e gargalhar de vez em quando.
E pensar. E odiar. E temer. E mudar.
E somos mais reais juntos.
Você alfineta a bolha de menina em que me enfiei quando tinha ele.
Hoje é faixa nova, a vida virou e eu nem me lembro mais de como fui.
E também mal entendo como me deixei ser aquela.
Se foi daquilo que alguém algum dia gostou, eu chego a repudiar o caráter dessa pessoa.
Quem ama tontas me decepciona.
E você não ama uma mulher assim.
É claro que precisei passar pela tonta para ser a mulher que te escuta e bate de frente e contesta e te dá silêncio quando é preciso.
Talvez tenha aprendido a ser assim com você.
Ou talvez tenhamos aprendidos a ser o que somos um com o outro e sejamos assim apenas entre nós.
Quando o amor deixa de ser impulso e concede espaço para a razão opinar, amadurece.
Eu te amo com a mesma intensidade que duvido do nosso amor.
Quero provas o tempo todo de que podemos ser felizes e quero também a vida dizendo que não existe uma felicidade plena.
Isso nos torna mais humanos e mais próximos de sermos cúmplices.
O passado só tem peso nesta carta.
Porque te digo que toda decisão que tomei até hoje nunca acompanhou arrependimento.
Esquecê-lo foi uma delas; você, a maior.
Eu precisava te falar sobre ele finalmente ou tudo ficaria coberto por uma neblina de dúvidas e desconfianças.
Ele se foi, parando algumas vezes no caminho, olhando pra trás.
Mas, finalmente, se foi.
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