O que é mais importante, um partido ou uma ideia?

Parece que está tudo bem no país, mas, a verdade é que o segundo mandato de Dilma Rousseff desaponta até mesmo (e, talvez, principalmente) o mais dedicado militante do PT.

A rejeição ao governo deve estar mais elevada a cada dia e os escândalos de corrupção não param de pipocar. Penso que isso não oferece dúvidas a ninguém. Mesmo assim, quase nada acontece, uma vez que a indignação oposicionista para no sofá.

Já se sabe, faz tempo, que falta força nas ruas à oposição. A verdade é que o traseiro da oposição não se move. Simplesmente, não há mobilização popular o suficiente do lado anti-petista para aplicar pressão aos governantes.

Os governistas, por sua vez, continuam imbatíveis na mobilização social, valendo-se dos cargos, favores e posições governamentais, além da farta distribuição de recursos públicos.

A situação, no entanto, pode mudar. Para isso, é preciso que os próprios petistas façam manifestações contra as ações do governo Dilma. Sei que, no cenário político sanguíneo e bilateral que existe no país, parece loucura pensar em algo do gênero, mas este seria um passo importantíssimo para avanços no novo governo.

Mesmo sendo petista ou tucano, ninguém precisa concordar com tudo o que está sendo feito pelo candidato da última eleição. Para garantir avanços, é essencial criticar e cobrar mudanças. Quem votou na petista sabe que Dilma mentiu na campanha. Não há outra palavra.

Alguns amigos que votaram na presidente Dilma se dizem arrependidos, assinalando que ela, ao contrário do que disse na campanha, está mexendo com direitos trabalhistas e cortando verbas da educação.

Penso que nada disso tem muito importância no momento. Agora, tanto para os que ajudaram a reeleger a presidente, quanto para os que ficaram contra ela, o melhor é fazer pressão, pressionar e pressionar, para que os próximos 47 meses de governo Dilma estejam em compasso com o que dizia a candidata Dilma. Protestar em defesa de causas, e não por partidos. Penso que é isso que todos podemos fazer para melhorar o governo.

Felipe Schulman