Dispenso o fracasso e remarco o compasso
do passo que traço, e sem dor eu refaço
o abraço no espaço do meu embaraço,
e faço o que faço de modo não crasso.
Se enlaço o espinhaço de todo o mormaço
que dá-me o inchaço da dor que trespasso,
eu caço no laço o sorrir do palhaço,
deixando o cansaço sem força no braço.
Não perco o bagaço de fruto já escasso,
tampouco desgraço o que traz-me o terraço
que dá para o paço de um reino devasso.
E sem estilhaço p'ra vida eu repasso
o que rarefaço na voz de um sanhaço.
Só assim satisfaço este meu descompasso!
(S i l v i a S c h m i d t)
Não é com medo que se evita a morte,
nem com cuidados que se laça a vida.
Não é com rezas que se muda a sorte,
nem com preguiça que se afasta a lida.
Não é com roupas que se ganha porte,
nem com relógios que se atrasa a ida.
Não é com água que se fecha um corte,
nem é com sonhos que se faz comida.
Há que se ter u'a mente realista,
os pés no chão e os olhos na conquista
do que se pode apenas ver no agora.
Não é com trancas que se salva a casa,
nem com remorso que se apaga a brasa
de um mal já feito - já passou da hora!
(S i l v i a S c h m i d )
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo comentário...