Amizade é coisa simples: Alguém pensa em você mesmo quando você não pede tampouco precisa. E quando precisa não pede porque faz parte do outro, a ponto dele sentir, pressentir.
terça-feira, março 29, 2011
Um passinho pra frente, Maria
Por esta ninguém esperava. O "BBB11", que deslanchou tão morno e teve 20% a menos de audiência que a edição do ano passado, está prestes a entrar para a história. Pelo menos, para a história dos "reality shows" da TV brasileira.
Maria está na frente em quase todas as pesquisas. O blog Votalhada, que faz uma média das principais enquetes da rede, aponta a "pretty woman" na liderança, com mais de dez pontos de vantagem sobre Wesley.
Nunca antes neste país uma mulher bonita e gostosa ganhou um "BBB". Das dez edições anteriores, oito foram vencidas por homens. As duas únicas campeãs eram moças pobres, humildes, bem longe do estereótipo modelo-e-atriz. Ganharam porque despertaram a piedade do público.
Maria desperta outras coisas. Se ganhar mesmo, não vai ser porque "precisa", nem por causa de sua sofrida trajetória de vida. Vai ser porque nos encantamos com ela: alegre, espontânea, burrinha e despretensiosa.
Seus fãs dizem ela foi ela quem mais se atirou ao jogo. Concordo em parte: os outros finalistas, Wesley e Daniel, também se entregaram, cada um com as armas de que dispõe.
Wesley é aquilo lá mesmo, gente. Um cara legal, tranquilo, sem grandes encucações. Não foi "falso" em momento algum, e o público brasileiro só perdoa a falsidade quando vem dos políticos. Transparente como um copo d'água, e tão fascinante quanto.
Daniel também se expôs sem máscaras, para o bem e para o mal. Sua liderança se corroeu ao longo do último fim de semana, quando muitos espectadores entenderam que ele se fazia de amiguinho de Maria, só para falar mal dela pelas costas.
Esse moralismo bom-mocista me irrita muito. Quem é que não faz fofoca de vez em quando? O "Big Brother" não deveria ser um concurso de caráter (e não, não estou dizendo que Daniel não o tenha), mas esta não é uma opinião generalizada.
Uma leitora chegou a comentar que o próprio nome do programa indica que aquele que se mostrar mais solidário, mais generoso - enfim, o mais irmãozão de todos - é quem deve faturar o prêmio.
Muita gente nem desconfia da existência de um livro chamado "1984", de George Orwell, sobre uma fictícia ditadura totalitária onde as pessoas são vigiadas por câmeras o tempo todo. "Big Brother" é o nome do ditador, que a tudo vê mas nunca é visto.
E no programa, apesar de chamarmos os participantes de "brothers" e "sisters", o verdadeiro "Big Brother" somos nós. Que nunca nos deixamos ver pelos pobres candidatos, apesar de controlarmos seus destinos (ou acharmos que controlamos).
Mas nossas decisões eram previsíveis. Ganhava sempre o macho-alfa, o mais carismático. Nenhum dos três finalistas desta edição se encaixa neste figurino, nem mesmo Wesley.
Hoje é o aniversário do Pedro Bial e a data vai ser comemorada de maneira inusitada. Muito provavelmente, vai dar Maria. Um passinho pra frente, campeã.
TONY GOES
COLUNISTA DA FOLHA
maria tereza cichelli
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mariatereza cichelli
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