sábado, maio 17, 2014

PERIFERIA.


Cresci onde não devia. 

Terra pouco havia. 

Água corria e sumia. 

Onde eu nascia, nada passava. 

Só se ficava, estabelecia. 

O frio e o pesado. 

O duro e o concreto. 

Mas fui ligeira. 

Corrompi o destino. 

Peguei soneca da obviedade. 

Fiz por necessidade. 

E me pus a subir. 

Assim, sem que me percebessem. 

Até me fazer sentir. 

Chegar e florir. 

Agora me notam e me colocam em conta. 

Dizem que sou exceção. 

Me valorizam chamando-me de sobrevivente. 

Enquanto isso, sigo aqui negociando com o destino, quebrando os concretos.


Com Um Punhado De Palavras

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário...