sábado, maio 17, 2014

Os velhos


Não é simples envelhecer.

Já um poeta o disse.

Peregrinos do tempo, aprenderam, pelo olhar, o caminho do trigo maduro, o perfil dos navios que partem sem regresso, a mudança das estações do ano, a curta duração das emoções.

Mas, quem se lembra da fadiga dos seus braços, agora, que é outono em suas mãos?

Quem fez do banco do jardim um referente da morte, o lugar onde a sua solidão se acoita?

Quem esqueceu, nas suas rugas, a sábia maturidade da vida, ou antes, um modo diverso de olhar na direção da noite?

Graça Pires

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