quarta-feira, maio 21, 2014

O cinismo do ex-presidente da Petrobras


Em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 20 de abril último, José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras quando a empresa comprou a refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, e amargou um prejuízo de 530 milhões de dólares, dividiu com Dilma a responsabilidade pelo polêmico negócio feito em 2006.

Na época do negócio, Dilma era ministra-chefe da Casa Civil da presidência da República e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

- Eu sou responsável. Eu era o presidente da empresa. Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho – disse Gabrielli ao jornal.

Esta tarde, em depoimento na CPI da Petrobras formada apenas por senadores, Gabrielli teve a cara de pau de dar o dito pelo não dito. E não foi contestado por nenhum dos quatro membros da CPI que o ouviram – todos eles da base de apoio ao governo. Ao todo, a CPI é formada por 11 senadores, apenas um da oposição.

- Não considero a presidente Dilma responsável pela compra de Pasadena. A responsabilidade é da diretoria administrativa. Essa é a chave do negócio, a decisão foi colegiada - disse Gabrielli.

A oposição está empenhada em instalar uma CPI da Petrobras que reúna senadores e deputados. Imagina que ali terá condições de apurar denúncias contra a Petrobras porque parte do PMDB parece disposta a contrariar as vontades do governo.

O mais provável é que nada se apure. Nada de relevante. Lula orientou Dilma a fazer de tudo para sufocar qualquer CPI logo de saída. E ela está seguindo a orientação obedientemente. 

NOBLAT

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