A imagem (ao lado) é de um guardinha com chapéu comprido, como os do Palácio de Buckingham, da rainha Elizabeth. Pensei. Se o mercado produz esse tipo de coisa, é porque tem quem compre. Se esse vibrador é “criativo” e dá tesão, a quantas anda o sexo real (não da realeza) e quais são nossas fantasias?
Não consigo imaginar esse chapéu vibrando nos cantos recônditos de meu ser. Espero que o chapéu não seja felpudo, urgh.
A empresa que produz os guardinhas safados diz que os novos bonecos vibradores são para “brincar e se divertir”. Nada, porém, é mais divertido do que a propaganda em si, que diz o seguinte: “Além de vibradores, os bonecos podem ser usados como enfeites, sem ninguém suspeitar”.
Não posso supor que alguém queira colocar esse guarda de enfeite na cristaleira. Enfeite de farda consegue ser mais cafona que vibrador fardado.
Quem sabe seu objetivo cru e primordial explique o investimento. O boneco é usado, segundo o fabricante, para “penetração diferenciada”.
Está aí um daqueles adjetivos da moda que inundam o marketing e a publicidade. Hotel diferenciado, butique diferenciada, festa diferenciada, turismo diferenciado. Que quer dizer mesmo…o quê?
Se uma mulher está em busca de uma penetração “diferenciada”…talvez ela busque uma penetração que inclua, no pacote, não necessariamente nesta ordem:
1) tempo de ereção 2) tamanho 3) palavras eróticas 4) beijinhos 5) amor 6) massagem no clitóris 7) pegada
Vai depender da mulher, do homem e da circunstância. (se você tiver mais ideias para uma penetração diferenciada, escreva)
O boneco vibrador é disponível em quatro modelos: Guarda Real, Marinheira, Cowboy e Enfermeira.
Estou curiosa com a marinheira e a enfermeira. Porque mandaram só a foto do guarda. Nunca tive fantasias com guardas, especialmente os da realeza britânica, eles ficam muito parados. Mas “marinheira e enfermeira”…me soam totalmente inverossímeis, ao menos para mulheres.
A empresa diz que o boneco “é pequeno” (uhmmm…não sei não). “E dá para ser levado na bolsa, sem levantar nenhuma suspeita”. Eu acho que um guarda de farda numa bolsa de mulher sempre vai levantar suspeita, você não acha? Encontra-se quase tudo numa bolsa feminina mas isso não tem explicação. A não ser que ela diga que comprou para o filho ou o sobrinho.
Uma vez falamos aqui de um vibrador coelho. Tenho certa implicância. Talvez eu seja careta. Os vibradores convencionais, que se parecem com aquela coisa verdadeira que não funciona à base de pilha, sempre me pareceram mais eficazes.
Segundo o release enviado ao blog, o guardinha que vibra é “fabricado em plástico rígido, e é super higiênico, podendo ser higienizado a qualquer hora”. Duro, higienizado e diferenciado.
Sério mesmo. É um mundo estranho esse.
Ruth de aquino é colunista de ÉPOCA.
maria tereza cichelli
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