quarta-feira, junho 13, 2012

Começou!


O que leva 300 jovens de 100 países — Togo,Vietnã, Ucrânia, Paraguai, Mali etc — a acamparem num sitío em Vargem Pequena (RJ) debaixo de muita chuva e lama para debater durante uma semana soluções sustentáveis para o mundo?

O que exatamente atrai 800 espectadores a lotarem durante 2 dias um auditório no Espaço Humanidade 2012 — no Forte de Copacabana — para assistir a 28 painelistas apresentarem em apenas 18 minutos cada um suas ideias para um mundo melhor e mais justo?

O que fez 1200 jovens aceitarem o convite para serem voluntários durante a Rio+20?

O que atrai aproximadamente 30 mil ativistas a virem de todos os continentes para o Aterro do Flamengo — na maioria absoluta dos casos custeando as próprias despesas – participar da Cúpula dos Povos?

Há muitas respostas possíveis para essas perguntas. Todas elas deveriam servir de inspiração para os diplomatas que definirão a partir desta quarta-feira (13/6) no Rio de Janeiro o texto final da Conferência da ONU que será assinado pelos chefes de estado.

Após várias rodadas de muitas conversas e poucos avanços, chegou-se a um texto onde 75% dos parágrafos estão em aberto. Ou seja, um documento que ainda não disse a que veio, bastante difuso, e segundo testemunhas, sonolento.

Quando os interesses de curto prazo atropelam o instinto de sobrevivência coletivo, não há razão para megaeventos como a Rio+20. O mínimo que se pede daqueles que representam os interesses de cada país é que honrem a gigantesca expectativa que paira sobre eles neste momento.

Perdemos o direitos de errar, e o maior dos erros agora é se omitir. O custo de ajustarmos a economia global na direção de um modelo mais inclusivo e sustentável é infinitamente menor do que o custo da inação, de não agir, de replicar o “business as usual”. O risco de um colapso em escala global — a partir da falência múltipla dos ecossistemas já exauridos pela demanda crescente de água, matéria-prima e energia em proporções insustentáveis - é iminente.

O momento é agora. O Rio de Janeiro é o lugar. Estamos de olho.



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