© Silvana Duboc
Aqui, agora, sem dor, posso falar daquele amor,
das noites mal dormidas, das tantas feridas
que ele abriu em meu coração ...
Posso falar daquela paixão que rondou a minha alma
enquanto a calma de mim se distanciou ...
Hoje, refeita da agonia, eu posso descrever
tudo que eu sentia, aquele turbilhão
de todo tipo de emoção ...
Não ...
não que eu tenha me curado, apenas coloquei de lado
aquelas ilusões e entendi que as grandes paixões
sempre terminam em nada e somos obrigados
a trilhar outras estradas ...
Então eu fui ... tenho seguido por aí,
mas na verdade nunca te esqueci,
e trago aqui dentro as cicatrizes
daqueles momentos que vivi ...
Estranhamente gosto de acariciá-las
através destas palavras que insisto em bordar ...
Estranhamente tento retornar
àquele tempo que não vai voltar, onde todas sangravam
e meus olhos encharcados pelos teus procuravam ...
Te amei ... só eu sei o quanto amei e a ti nunca contei ...
mas só eu sei como te amei ... e te amei tanto
que perdi a lucidez e da vida não pude mais ver o encanto,
cega que fiquei pelo meu pranto quando de mim tu partiste ...
Te amei ... até que meu coração ruiu,
te amei até a última gota que esvaiu, como roupa que se torce
e nada mais tem pra pingar ... te amei até não agüentar!
e hoje tenho a certeza de que te amei
muito mais do que a mim mesma ...
Te amei ... com toda beleza, amei mais do que eu podia,
muito mais do que eu devia, bem além do que eu queria ...
... e agora só me restou, depois de todo esse amor
um mero retalho bordado com as marcas do passado
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