quinta-feira, março 02, 2017

O MENINO DA JANELA



Da janela da casa velha,
O menino observa
O seu mundo,
Onde cisca a galinha caipira
No terreiro maltrapilho
De mato rasteiro e terra batida;
Onde adormece o cão vadio
À sombra da bananeira;
A jabuticabeira frondosa
Donde derramam-se gotas
Pintando de preto a terra nua.

Da janela da casa velha,
O menino sente
O cheiro da roça queimada,
Da terra molhada pela chuva distante,
Da aragem fresca da tarde.

Da janela da casa velha,
O menino ouve
O gorjeio dos pássaros que
Entoam agudos,
Belas canções de sonhar.

Da janela da casa velha,
O menino vive
Livre, no seu mundo feliz.

(Felipe Fleury)