Não é que mulher seja frouxa ou trouxa.
É que mulher prefere acreditar na melhor versão.
O espírito maternal não tem a ver com a barriga parida,
mas, com a alma nascida disponível.
O chip do encantamento já vem embalado pelo cueiro,
desde a maternidade.
Mulher ampara, para, dispara.
É uma força que rema contra à maré,
desafia as leis do bom senso,
enfrenta contratempos
e segue sem medo do escuro;
crendo num farol que,
com ou sem bateria,
acende e brilha quando ama.
Ela tem certeza de que o sujeito era do tipo
que emprestava o lápis para o coleguinha,
sorria para professora,
não tinha caspa,
secava entre os dedos dos pés,
escovava os dentes depois das refeições,
desde o berçário, quando nem tinha dentes,
e cortava as unhas, quando nem tinha unhas.
Mulher acredita.
Mulher é bendita.
Mulher crê na melhor versão,
por que dá na sua versão o que há de melhor.
Cláudia Dornelles