domingo, novembro 16, 2014

O meu gostoso amor de domingo


As cortinas azuis do amor, hoje, nem mais balançam.

Se fecham e pedem, imploram, para serem abertas pelo vento que hoje namora o sol.

Dizemos amar a chuva, mas quando chove, tempestivas ou não, abrimos o guarda-chuva ou nos acolhemos em cobertas sem fim.

Dizemos amar o sol, mas quando ele se mostra, procuramos o canto, o vento, o alívio.

Dizemos amar o vento e suas solturas, mas, quando ele nos assovia, fugimos, fechamos as janelas e os ouvidos.

Logo, tenho medo quando as pessoas dizem que sabem amar.

Será que amaremos?

Será que seremos amados?

Esperaremos um sorriso espraiado que combine com o nosso, ou criaremos sorrisos novos que se encaixem com os que já existem?

A verdade é que o sorriso do palhaço nem sempre diz que ele tem a alma feliz, mas, que a busca na felicidade dos outros.

Felicidade essa proporcionada por segundos de descuido e distrações, que involuntariamente, cooperam com a nossa ânsia de amar.

O amor-perfeito cai na alma-casa de quem se lembra de abrir a janela e deixar o sussurro do sol entrar após a chuva.

E, quando o sol pedir o seu tempo, que consigamos respeitar e contemplar a chuva que também quer um pouco da nossa atenção.

Não nos preparemos para a chuva, pois, assim perdermos as frestas de sol, nem ansiemos o passar da chuva, pois assim perderemos o perfume de terra molhada.

As esperanças fazem misérias com a nossa vontade de amar, então, que deixemos a vida levar, pois sabemos que tudo sempre passa, difícil é saber o que sobra.

Frederico Elboni

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