quarta-feira, novembro 19, 2014

Crepúsculo


Há dias era jovem exuberante, forte e esbanjador da vida,

De pele lisa, cabelos pretos e alinhados,

Nos olhos um um brilho cativante que penetrava a alma.

A mente lúcida memorizava fácil os versos, nomes, números e o passado,

 O corpo rijo enfrentava todos os obstáculos da vida,

Mãos lisas, firmes e quentes ao tocar despertava o amor.

Então veio o crepúsculo da vida,

Que foi logo seguido pela noite,

E na escuridão da noite houve a transformação.

Hoje a velhice tomou conta deste corpo que luta para manter-se vivo e de pé,

As rugas cobriram o corpo em especial o rosto e cada risco parece revelar um caminho trilhado.

Os olhos enfraqueceram, sua luz apagou-se restando um névoa na qual a memória perdeu-se.

A mente cedeu ao esquecimento e as fracas e forçosas lembranças, já não sei quem são, quantos são e o que aconteceu,

O corpo curvou-se diante do peso da vida,

 As mãos enrugadas, fracas e frias vivem em busca de algum alento.

Espera-se agora o raiar de um novo dia,

Onde todas as coisas serão feitas novas,

por Luis A R Branco

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário...