Não era sentado numa cadeira que Murilo gostaria de estar novamente.
A experiência no dia anterior já havia sido angustiante demais. com um estiramento na coxa direita,
Viu o Brasil ser batido pelos poloneses no tie-break sem poder ter feito nada para tentar mudar aquela situação.
Viu a equipe ficar sob a ameaça de voltar para casa antes do tempo.
Nesta quarta-feira, acordou cedo, foi para o treino e falou uma frase para Bernardinho na tentativa de convencê-lo a atuar contra a Rússia, no jogo de vida ou morte.
Conseguiu o que queria e foi fundamental na vitória por 3 sets a 0, que garantiu um lugar na semifinal do Mundial da Polônia.
- Acho que não tinha opção de barrar (risos).
Eu falei: "Bernardo, preciso estar dentro".
A decisão de me colocar de titular foi dele.
Eu não podia sofrer do banco, ficar olhando.
O que me incomoda mais é no salto.
E hoje a dor estava um pouquinho melhor.
Não vou falar que foi um sacrifício pessoal, mas de todos.
Tivemos que nos superar.
Se ataquei três bolas o jogo inteiro foi muito - diverte-se.
Mas foi eficiente.
O bicampeão mundial e medalhista olímpico trouxe de volta a segurança na linha de passe e o equilíbrio emocional. Foi o mais vibrante em quadra, apoiou os companheiros e assumiu o papel de líder.
- Desde que assumi o posto de titular da seleção, em 2009, eu precisava ser o passador do time porque já tinha o Giba, o Vissotto e o Dante de atacantes.
E eu me botei esse objetivo.
Sabia que hoje talvez não precisasse atacar tanto, mas que seria importante na defesa.
Eu tinha que fazer o trabalho no passe, aí o Lucarelli ia rodar a bola, Wallace ia fazer a festa.
Talvez eu não seja aquele jogador de potência de 2010 e 2012, adoraria voltar, mas não momento isso não é importante.
Liderar é um pouco do meu papel. Não posso me isentar.
Eu acho que tenho que ser vibrante o jogo todo.
Eu me cobro muito isso, para ser mais desse jeito.
E hoje tinha que gastar voz, perna, deixar tudo em quadra e não levar para casa (risos).
A entrega de Murilo serviu como motivação extra para os companheiros.
- Você olha para o lado e quando vê um cara como ele ali, mesmo com dores jogando daquele jeito, acaba que todo mundo dá mais em quadra - disse Rapha.
GLOBO ESPORTE
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